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Premonição 6: A Morte Nunca Está Satisfeita — Crítica ao Novo Capítulo da Franquia

Fonte: TMDB

O Retorno de Uma Lenda do Terror: A Nova Face da Premonição

Poucas franquias no mundo do terror conseguiram marcar uma geração como Premonição (Final Destination). Desde o seu primeiro filme, lançado no ano 2000, a série conquistou fãs ao redor do mundo com uma proposta simples, mas perturbadora: você não pode escapar da morte. E ela sempre volta para cobrar o que é seu.

Depois de cinco filmes que exploraram as mais variadas formas de criar acidentes bizarros — e cenas que entraram para o imaginário coletivo —, Premonição 6 finalmente chegou aos cinemas, reacendendo o interesse pela saga.

Mas será que, em tempos de reboots e sequências genéricas, o novo longa consegue entregar algo além da nostalgia? A resposta pode te surpreender.


Uma Nova Perspectiva Sobre o Medo: O Que Esperar da Trama

Diferente dos filmes anteriores, que seguiam praticamente a mesma fórmula (premonição, sobrevivência temporária e mortes em cadeia), Premonição 6 ousa trazer uma leve mudança de abordagem.

Sem entregar spoilers, o filme mantém a essência que consagrou a franquia: a ideia de que a morte é uma força implacável, que se manifesta de maneiras imprevisíveis e cruéis. No entanto, agora, há um foco maior no suspense psicológico, no efeito dominó de pequenas decisões e no impacto coletivo dos eventos.

A trama começa com um novo grupo de personagens — jovens adultos com perfis variados, que vão desde a influenciadora digital até o nerd recluso —, todos conectados por um incidente aterrorizante.

Como de costume, um deles tem uma visão apocalíptica minutos antes do acidente acontecer, salvando a si mesmo e aos demais. Mas, claro, a morte não aceita ser enganada.

O que torna Premonição 6 diferente é o modo como a narrativa explora as relações entre os personagens e como a paranoia se torna um elemento central da trama. A tensão não vem apenas das mortes, mas da suspeita, do medo e da deterioração emocional do grupo.


As Mortes Mais Criativas — e Perturbadoras — Da Franquia?

Se há algo que o público espera de um filme da franquia Premonição, é a criatividade das cenas de morte. E, nesse quesito, o sexto filme não decepciona.

O longa apresenta um verdadeiro show de efeitos práticos e digitais (bem equilibrados, diga-se de passagem), criando sequências tensas e impactantes. Cada morte é construída com um nível de detalhe que beira o sadismo — e isso, para os fãs da franquia, é um elogio.

O diretor brinca com o público, conduzindo a cena de modo a criar falsas pistas, alívios momentâneos e, claro, reviravoltas chocantes.

Entre as mortes mais comentadas estão:

  • Uma sequência em um parque de diversões, onde cada equipamento parece ser uma armadilha mortal em potencial.

  • Uma cena em um hospital, que mistura tensão psicológica com elementos de body horror.

  • Um acidente doméstico aparentemente banal que termina de forma inesperada e brutal.

É notável como o filme faz questão de manter o espectador desconfortável, mas sem apelar para o gore gratuito. Cada cena tem um propósito narrativo e reforça o tema principal: a imprevisibilidade do destino.


Personagens Que Funcionam: Finalmente, Mais do Que Apenas Vítimas

Fonte: TMDB

Uma crítica frequente aos filmes anteriores da franquia sempre foi a superficialidade dos personagens. Afinal, a maioria servia apenas como “isca” para as mortes criativas.

Em Premonição 6, há um esforço claro em construir personagens minimamente interessantes. Eles têm conflitos pessoais, motivações e relações entre si que vão além do mero medo da morte.

É evidente que ninguém assiste a Premonição esperando diálogos dignos de Oscar, mas o roteiro acerta ao criar um grupo de protagonistas com os quais o público consegue se importar (mesmo sabendo que, inevitavelmente, muitos não chegarão ao final).

Destacam-se a protagonista principal, que carrega um trauma familiar ligado ao tema da morte, e um personagem secundário que, aos poucos, se torna essencial para o desfecho da história.


Atmosfera e Direção: Um Terror Mais Maduro e Menos Adolescente

Outro ponto positivo é o trabalho de direção, que busca um equilíbrio entre o terror escancarado e o suspense psicológico.

O diretor aposta em uma paleta de cores fria, com muito uso de sombras e reflexos, criando uma atmosfera opressiva. A trilha sonora é discreta, mas pontual, intensificando os momentos de tensão sem roubar a cena.

O uso da câmera também é inteligente, com ângulos que sugerem perigos iminentes e planos-sequência que acompanham objetos que parecem inofensivos, mas se transformam em armas mortais.

Há um amadurecimento no tom do filme. Ele mantém o espírito “popcorn horror” (terror pipoca), mas traz uma camada de reflexão sobre o acaso, o controle e a inevitabilidade da morte que dá profundidade à narrativa.


Referências e Nostalgia: Presentes na Medida Certa

Como todo bom filme de franquia longa, Premonição 6 não esquece seus fãs de longa data. Há diversas referências sutis (e outras nem tão sutis) aos filmes anteriores.

Alguns objetos clássicos reaparecem em cena, e há até mesmo uma aparição surpresa que vai arrancar aplausos dos fãs mais atentos.

O filme também faz brincadeiras metalinguísticas, questionando a própria fórmula da franquia e sugerindo que, talvez, o verdadeiro terror não esteja nas mortes em si, mas na obsessão humana em tentar controlá-las.


Premonição Ainda Funciona? Sim, e Melhor do Que Nunca

É inegável que a fórmula de Premonição poderia ter se esgotado há muito tempo. Afinal, quantas variações de “morte caçando sobreviventes” podem existir?

Porém, Premonição 6 prova que, com um bom roteiro, personagens minimamente interessantes e uma direção criativa, ainda há muito a explorar nesse universo.

O filme não tenta reinventar a roda, mas refina o que a franquia tem de melhor: tensão, criatividade e um humor negro que beira o sarcástico.

É um retorno digno, que agrada tanto aos fãs antigos quanto aos novos espectadores — e que, com certeza, deixa um gostinho de “quero mais”.


Vale a Pena Assistir?

Se você busca um filme de terror que una nostalgia, mortes criativas e uma pitada de suspense psicológico, a resposta é um grande sim.

Premonição 6 respeita sua própria história, entrega tudo o que promete e ainda adiciona um tempero extra com sua abordagem mais madura e atmosférica.

Prepare-se para se agarrar na poltrona, desconfiar de cada objeto ao seu redor e, claro, sair do cinema olhando por cima do ombro.

A morte está de volta — e continua implacável.

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